- Tudo acabou.
Foi o que ela me disse, poucos minutos atrás, num interurbano. Disse em pausas curtas, como que se imaginasse as consequências por cada sílaba. Eu ouvi todas. Só ouvi. Achei até que ela não acabaria, - seria eu presunçoso demais para o término? - mas ela ousou mais que o de costume. E desligou tão depressa, que pude acabar o cigarro aceso e beber o café ainda quente. Mas não agradeço a ela por isso, porque a cafeteira nova é muito boa.
Eu até pensei que o telefone voltaria a tocar, mas não aconteceu. É que nós assistimos a uma comédia romântica, na semana passada e... É engraçada essa confusão pronominal. A partir de agora, eu terei de usar "nós" só para conjugar pretéritos. Ela também. E, por (in)consequência, nós usaremos "eu" para todo presente e futuro que sobra, por enquanto.
(...)
A pergunta que fica é: até quando?