tag:blogger.com,1999:blog-22316177973625198202024-03-12T21:17:09.177-07:00Num café pequeno...A expressão num expressoLina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-11480305012333123112011-12-21T05:01:00.000-08:002011-12-23T04:53:51.873-08:00Jandira<div align="justify">Jandira ateou fogo em si mesma<br />Pobre de qualquer riqueza<br />Rica de toda pobreza<br /><br />Queimou como dinheiro na mão capital do diabo<br />Mas comprou parte do inferno a partir de seu trabalho proletário<br />Diarista, puta e cafetina de si mesma<br />Fez grande investimento - porque lá é mais quente do que o Nordeste do Brasil, é verão o tempo todo e dá turista, como dá turista!<br /><br />Jandira faz de um tudo para dar a volta por cima<br />Ela que nunca ficou por cima<br />Nem do marido<br />Nem dos amantes<br />Porque homem nenhum a incendiou como o litro de alcohol que despejou em seu corpo<br /><br />Jandira gosta de queimar<br /><br />Só não queima dinheiro<br />Que é mais difícil de ajuntar.</div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-35622243694534881212011-11-18T14:19:00.000-08:002011-11-18T14:46:21.791-08:00Exercício de humanidade<div><span class="Apple-style-span" >Explodiria a vida minha </span></div><div><span class="Apple-style-span" >Também a de outros</span><div><span class="Apple-style-span" >Com o caos da poesia </span></div></div><div><span class="Apple-style-span" >Minha</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Também a de outros.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Tamanho seria o estrago</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Muitos escombros</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Muitos pedaços</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Somente os corações pulsariam</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Vigorosos</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Inteiriços</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Aludindo ao vivo esforço </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; ">infinito exercício</span></div><div><span class="Apple-style-span" >da humana existência.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><br /></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-66109346928844218432011-09-20T18:33:00.000-07:002011-10-07T18:13:06.325-07:00Noturno<div style="text-align: justify; font-family: arial;">Saía à noite para além do portão eletrônico de seu prédio, contornava o bairro feito locomotiva, carburando mudos cigarros, e, para cada passo torto que arriscava nas calçadas esburacadas, dava-se ao desfrute de ouvir meia dúzia de batidas do seu coração. Eram suas rotinas, os passos noturnos e os batimentos cardíacos, e não sabia qual delas era a mais espontânea. Talvez não fosse uma nem outra. Quem sabe fosse o silêncio?<br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Não sabia. Isso porque, no apartamento, costumava falar. Descosturava a boca e tapava os ouvidos. Discutia com os móveis sobre perspectiva, a mesma que as paredes de seu quarto compunham no teto, em sutil conspiração. A cada momento, uma forma, uma fôrma a lhe moldar o espaço, a insônia. </span><br /></div><div style="text-align: justify; font-family: arial;"><br />E mesmo se dormia, era um sono de cabeça para baixo, relutante, fracionado, sem sonhos. Motivos até havia para sonhar, guardava um amor, calava um amor, mas não sonhava.<br /><br />O relógio batia.<br /><br />A torneira pingava.<br /><br />A estante rangia.<br /><br />O seu gato miava.<br /><br />E desse mal dormir, desse não sonhar, morria de vida em todas as noites.<br /></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-69476811842057962152011-08-18T14:55:00.000-07:002011-08-18T18:48:26.817-07:00Eternit<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Saiu para dançar muito bem vestida na noite bonita que cobria o nosso telhado maltrapilho. Eu fiquei. Fiquei porque me sabia careta, cara de indiferença a minha. Ela foi porque me sabia quadrado, cara de desimportância a dela. E a necessidade por reparos no telhado nos bastou como justificância.</span>
<br />
<br /><span style="font-family:arial;">De manhã, ao chegar, ela me disse sem culpa que havia perdido a hora porque achara um bom parceiro, um sujeito pedreiro, mas chorou feito não sei o quê ao constatar que a tal da minha justificativa para a solidão de uma noite era a mesma para se desculpar pelo erro da vida a dois inteira debaixo das telhas </span><span style="font-style: italic; font-family:arial;" >eternit</span>.
<br /></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-67189217187432278392011-05-15T18:36:00.000-07:002011-11-15T07:06:17.119-08:00Desgraça por desgraça<div align="justify"><span style="font-family:arial;">O farfalhar do escombro de portão amarrado de arame alertava Zoraide de que mais uma vez o Ramiro passara da conta, bebera o mundo no fiado, quem sabe arrumara confusão com um ou outro vagabundo, quem sabe transara com uma qualquer. Era isso há cinco anos. Aliás, naquela data, exatos cinco anos de casamento às surras que a aconselhavam fingir o sono profundo que enganaria até mesmo o diabo.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">E antes fosse o diabo, todos os dias, a entrar pela cozinha, a abrir de supetão a porta do quarto, a deitar-se na cama, sujo e fétido, e a procurá-la com as obscenidades costumeiras, cheias de língua, apertos e beliscões, como se a pobre pecadora fosse tão somente mais uma vagabunda, uma cadela sempre no cio, disposta a abrir suas pernas a todo o momento em que o macho a quisesse penetrar.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Entretanto, um sabido ditado da favela do Capão, a mesma em que morava o distinto casal, rezava e ainda reza que todo desgraçado, num determinado momento da vida - se é que se pode chamar de vida a existência dum desgraçado -, esgota-se da desgraça, deixa de lado o conselho e o "de costume" para ousar, para des-gra-çar.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">E naquela noite, tão especial aquela noite, a confirmação da sabedoria popular estava para se dar na trepada que aguardava por Ramiro. É que Zoraide, esgotada da desgraça, ignorara o conselho, o sono fingido, e preparara tudo, linda e diferente, disposta num lingerie de anos atrás. As pernas à mostra, coxas e panturrilhas ainda torneadas do tempo em que trabalhara na rua, os seios arfantes quase que saltando do sutiã, os mesmos que já fizeram muito pagador se afogar em saliva, e a bunda, uma lua negra e exageradamente redonda que cintilava na meia luz do quarto, configuravam, melhores do que balões, bebidas e viagens, a comemoração, a surpresa para o diabão. Pois, no fundo, ela sabia tudo o que aquele homem queria e já não tinha fé e rogo de ver.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">De fato, ao entrar, Ramiro não pôde com o que viu. Sem hesitar, atirou-se, incauto e previsível, no calor da cama, no fogo castanho dos olhos de Zoraide. Extraordinária, fora ela quem preparara o inferno naquela noite, tão endiabrada que planejara não permitir sequer o desfrute pleno do festejo ao seu convidado. Egoísta, a desgraçada comemorara antes e por último; comemorara sozinha, linda e diferente. Isso porque, com a faca deixada por debaixo do travesseiro, precedera a gozada do satanás com três golpes fulminantes em seu peito, fazendo-o urrar feito um porco no abate.<br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Finda a festa, Ramiro tombara de lado e ela, deitada, gargalhou comprido ao ver que, em seu ventre, em vez de porra, espirrara sangue.</span> </div></span></div></span></div></span></div></span></div></span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-65440865304906110642011-01-23T15:40:00.000-08:002011-01-23T15:49:49.186-08:00Finesse<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Eu falava de negócios quando ela cerrou os olhos e me calou com um beijo. De súbito, mais que seus lábios e língua adentrando, violando a minha boca, senti roçarem em meu peito os bicos dos seus seios, duros por promiscuidade ou ganância. Ela era tão menina, tão branca que decerto tinha mamilos rosados... só poderiam ser rosados.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Durante o jantar, as suas pernas entrelaçaram as minhas como naqueles filmes americanos de putaria moderada, causando-me uma ereção. E não é que a biscatinha me confirmou que cursava Artes Cênicas numa porra de faculdade qualquer? Dava pra coisa.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Pelo óbvio, transamos na mesma noite. E só não transamos onde estávamos porque o garçom rapazola era um puto, um pudico insubornável que não nos cedeu o <em>toilette</em>. Ademais, a comida, o vinho, o estacionamento, tudo me custou um olho da cara.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Devo dizer que nunca me precavi da jovialidade inconsequente. Muito pelo contrário! Atesto com pouca dignidade, todavia bastante orgulhoso, que gastei, ou melhor, investi o verde dos anos e do bolso na experiência com que hoje gozo a juventude alheia; molecas, ninfetas e o cacete!<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Aliás, por falar em cacete, ao estacionar em frente à sua casa, aguardei o suficiente para vê-la entrar e beijar o seu pai com a mesma boca que usara para me chupar durante todo o trajeto de volta.</span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-15246730361885764572011-01-12T08:27:00.000-08:002011-03-22T17:31:14.417-07:00Psiu, é segredo!<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Lá pelos antigamentes, quando chovia, eu achava que era o mundo que chorava. Por isso, escondido dos meus amigos, eu sorria bem grande para tentar alegrá-lo. </span><span style="font-family:arial;">Coisa de gente que se importa com o mundo, sabe? </span><br /><span style="font-family:arial;">Os meus amigos não sabiam, porque eram de muito sarro, tinham mania de espalhar pra turma do nosso bairro que fulano era mentiroso, que cicrano era loroteiro... Eu que não contava! </span><span style="font-family:arial;">Já pensou</span><span style="font-family:arial;"> como eles iriam se rir de mim, se soubessem que a gente só voltava a bater bola no portão do Pedro porque o mundo adorava um sorriso? </span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-83005876344992374402010-09-10T20:32:00.000-07:002011-05-19T16:20:59.265-07:00Transe<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Depois de transarmos sem grandes pretensões amorosas, estava ela defronte a janela do </span><span style="font-family:arial;">apartamento com ares de satisfação. E pela direção de seus olhos, parecia fitar a rua em que o meu carro havia sido estacionado; se não, o próprio carro.<br /><br /><span style="font-family:arial;">Da cama, fiquei a tateá-la de vista por algum tempo. Penso que não a inibi com isso, pois ao se dar conta do que acontecia, sorriu permissiva e espreguiçou vagarosamente.<br /><br /><span style="font-family:arial;">No entremeio desses vislumbres, a tarde parecia se esvair tão vagarosa quanto o espreguiçar. Deduzi pela luz castanha que aproveitava a janela aberta para sobrepor-se e cobrir boa parte do corpo dela, branco e longilíneo, desnudado frente a mim.<br /><p><span style="font-family:arial;">E como que se não nos bastasse essa invasão descarada do abajur vespertino, a quentura de todo um dia de verão intenso nos adentrava os poros afogados em suor, e tomava-nos o quarto.<br /><p>Nós ficamos assim, aquecidos e acompanhados pela primeira vez e por algumas horas.</p></div></span></span></span></span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-34664841207219305342010-06-28T14:57:00.000-07:002010-11-30T18:57:54.359-08:00Abrasileirado<span style="font-family:arial;">Verde </span><span style="font-family:arial;">ou amarelo</span><br /><span style="font-family:Arial;">no canteiro</span><br /><span style="font-family:arial;">de terra brasilis</span><br /><span style="font-family:arial;">cantava</span><br /><span style="font-family:arial;">o sabiá-laranjeira</span><br /><span style="font-family:arial;">duma verde bananeira</span><br /><span style="font-family:arial;">de maneira patriota</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Ele era patriota</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">e morreu de patriota </span><br /><span style="font-family:arial;">que era.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Infeliz</span><br /><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;">por ver a verde nota</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">comprar amarelo alqueire</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">se ajuntou com os Sem Terra</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">pediu por reforma agrária</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">sem enxada</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">com a fé de brasileiro.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"><br />Ele era brasileiro</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"><br />e morreu de brasileiro</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;">que era.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"><br />Ensanguentado</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;">do tiro certeiro</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">que a espingarda e</span><span style="font-family:arial;">nferrujada</span></div><span style="font-family:arial;">de um amarelo fazendeiro</span><br /><span style="font-family:arial;">disparara</span><br /><span style="font-family:arial;">sem</span><span style="font-family:Arial;"> trégua</span><br /><span style="font-family:arial;">para a verde bananeira</span><span style="font-family:arial;">.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-5842488619501749922010-06-17T10:16:00.001-07:002011-05-19T16:25:03.616-07:00Cada um dá o que pode.<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Com barro, sangue e um panfleto de liquidação sobre as fuças, estava debruçado o desconhecido, em frente ao boteco do Mané Preto, na esquina da rua oito com a principal.<br /><br />A comunidade já estava acostumada ao barro e a outros diversos incidentes causados pelos problemas de escoamento. Inclusive, o próprio Mané Preto, por conta do alagamento que ocorrera dias antes desse despacho, tinha perdido a geladeira nova que lhe acumulara dívida para mais de um ano.<br /><br />O tal presunto é que era coisa fresca na favela.<br /><br />Naquela segunda-feira, "dia de branco" - como reza a oração da burguesia -, pouco demorou para que toda gente da vizinhança se achegasse ao desgraçado.<br /><br />E a lotação, que costumava sair do bairro abarrotada de marmiteiros, pedreiros, engraxates, bicheiros, cafetões, putas, diaristas e catadores de cobre, alumínio e papelão, levou só meia dúzia de mercenários - daqueles que não estampam qualquer consideração pelo próximo - sem fé no principal mandamento do Nosso Senhor Jesus Cristinho. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />A maioria, comovida e indignada, ficou para prestar homenagem de muita reza e lágrima. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />As beatas se prontificaram rapidamente. Esfregavam compulsivas os seus terços ensebados por entre os dedos, rezando decorados Padre-Nossos e Ave-Marias; o mutirão acompanhava.<br /><br />De frente para a reza, nas banquetas do boteco, homens bebiam o defunto pela conta do Mané Preto, e conversavam a vida, e matavam a vida.<br /><br />Cada um dos presentes, tão desgraçado quanto o indigente, colaborava com o que podia. Afinal, até mesmo o tal, que imóvel e debruçado nada fazia, colaborara morrendo.</span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-21954111817497744482010-05-19T09:17:00.001-07:002011-05-19T16:28:34.415-07:00Gringa<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Luzia é uma puta de afetos. Ao menos, foi o que ela me disse. </span><span style="font-family:arial;">Eu, particularmente, confesso que a comeria mesmo que tivesse de pagar. Não que eu já não o faça, gastando o miserê que me sobra do batedor com prendas de todo custo para custear as nossas boas trepadas.</span></div><p align="justify"><span style="font-family:arial;">Ela adora essas bajulações, mas finge que não faz conta disso e daquilo. E eu até a</span><span style="font-family:arial;">cho graça nesses trejeitos, mas me viro nos trambiques para descolar c</span><span style="font-family:arial;">acife e bancar os seus caprichos; - é que me</span><span style="font-family:Arial;"> vexa pensar que não posso lhe oferecer o bastante.</span></p><p align="justify"><span style="font-family:arial;">Mas a danada é "ponto-morto de choferes; passadiço de navais". Vive a gabar as pretensões de morar no estrangeiro. E é na cama do seu quartinho de fundos, no cortiço do beco, que poliglota em cima de inglês, francês e alemão, para tirar o seu passaporte. </span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">Dia desses, depois duma dessas gozadas que deixam qualquer diabo apaixonado, eu assuntei com a batuta:</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">- Ô, Luzia, se você for pros estrangeiro, me leva contigo?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">- Oxe, homem! E pra quê?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">- Como pra quê, minha nega? Quem vai lhe dar esse dengo todo? Ou você pensa que esses gringo muquirana vão lhe ter essa estima que eu lhe tenho?</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">Só que a vagabunda, por essa luz que me ilumina, soltou uma risada do Satanás e me sussurrou:</span></p><p align="justify"><span style="font-family:Arial;">- E estima enche barriga?</span><br /></p>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-17959442822242478892010-04-24T10:32:00.001-07:002010-06-01T11:01:14.565-07:00De isqueiro aceso.<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Atirou as flores, que eu havia comprado com alguns trocados de jogo, da porta dos fundos para a rua do beco; depois se trancou dentro do quarto e gritou, com a voz embargada de choro escandaloso, para que eu fosse embora de lá.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Eu não fui. E pelo vão da tramela, pedi mais de uma vez para entrar. Mas a desgraçada ignorava a minha voz e insistia nos choramingos, como que se de uma hora para a outra lhe pingasse algum sentimento das tetas chupadas de mulher da vida.<br /><br />Senti mais vontade de chupar aquelas tetas. E eu o faria; bastava ela me abrir o diabo da porta.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Numa última tentativa, sem mais um tostão de persuasão, saquei do bolso de meu paletó um maço de cigarros começado, empurrei-o por debaixo da porta e arrematei:<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />- Deixa eu entrar para lhe acender alguns, querida.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Foi então que, de olhos vermelhos e cigarro na boca, ela me abriu a porta e as pernas.</span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-72741095483586507482010-04-18T09:51:00.000-07:002010-04-18T10:03:51.897-07:00Ouça-me, no Myspace!<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Eu diria que, para o trabalho de um paulista de firma quebrada, com a cachola cheia e a carteira vazia, o título "Samba duro" parece bastante sugestivo... É que sambista, meu bom, não vale o quanto pesa, mas o quanto pensa! E de fato, sem trato, esse é o nome do projeto de Lina, compositor da nova safra paulista, que visa mesclar a contemporaneidade do samba-rock com a tradição do samba-de-mesa, na crista da onda das experimentações. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Infelizmente, por causa do bolso vazio, o disco de Lina ainda não saiu. Mas, para todos os efeitos, a demo já está<span style="color:#3333ff;"> <strong><a href="http://www.myspace.com/linaband"><span style="color:#000099;">AQUI</span></a></strong></span>! Por isso, ouça e tire a prova de que o samba é duro, mas não cobra os seus ouvidos.</span></div><div align="justify"></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-64201634665574790262010-03-27T18:36:00.000-07:002010-03-27T20:46:56.616-07:00Papo qualquer coisa.<div align="justify"><span style="font-family:arial;">- Tudo acabou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br />Foi o que ela me disse, poucos minutos atrás, num interurbano. Disse em pausas curtas, como que se imaginasse as consequências por cada sílaba. Eu ouvi todas. Só ouvi. Achei até que ela não acabaria, - seria eu presunçoso demais para o término? - mas ela ousou mais que o de costume. E desligou tão depressa, que pude acabar o cigarro aceso e beber o café ainda quente. Mas não agradeço a ela por isso, porque a cafeteira nova é muito boa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"><br />Eu até pensei que o telefone voltaria a tocar, mas não aconteceu. É que nós assistimos a uma comédia romântica, na semana passada e... É engraçada essa confusão pronominal. A partir de agora, eu terei de usar "nós" só para conjugar pretéritos. Ela também. E, por (in)consequência, nós usaremos "eu" para todo presente e futuro que sobra, por enquanto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"><br />(...)</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"><br />A pergunta que fica é: até quando?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-91899773310367529642010-03-02T07:36:00.000-08:002010-03-02T07:42:00.699-08:00<span style="font-family:arial;">Há de chegar o dia</span><br /><span style="font-family:arial;">em que eu</span><br /><span style="font-family:arial;">exausto da poesia</span><br /><span style="font-family:arial;">te direi:</span><br /><span style="font-family:arial;">- Acabei, Maria.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-91319875850526597142010-02-20T14:31:00.000-08:002010-02-22T10:15:58.361-08:00Paga-se a visita.<div align="justify"><span style="font-family:arial;">Ao acordar, em minha cama inflamavam faíscas de sol que escapavam ao quarto pelas frestas da janela. Em mim, uma quentura, sabe-se lá se do sol ou do corpo moreno que me acompanhava, quase que afogava os meus poros em suor. Decerto, era o sol.<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Levantei-me cheio dos silêncios nos gestos para não acordar a mulher. Ainda assim, pouco demorou até que ela se levantasse, por si só ou pelo cheiro de café que impregnava toda a casa, e me acompanhasse à mesa.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Satisfeito com o desconhecido “bom dia” acompanhado dum beijo breve, saí para comprar cigarros. A mim, bastava; a ela, não sei. Nunca fiz conta de muito assunto. Talvez ela supusesse, pois não disse mais.<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">As ruas estavam muito quentes. Do chão, subia a fervura do concreto e o cheiro da gasolina dos carros que, mesclado aos perfumes baratos de uma ou outra mulher que cruzava o passo de meu trajeto, causava-me engulhos. Eu não gostava da cidade; também não gostava do calor que fazia lá.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">- Bom dia, Zé. Me veja um maço de Marlboro vermelho.<br /></span><span style="font-family:arial;">- Cuidado com os câncer, rapaz!<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Eu sempre comprava cigarros na venda do Zé, um senhor de sessenta e poucos anos que se ocupava em dar conselhos furados à sua meia dúzia de fregueses... É por isso que eu ficava só com os cigarros.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">- Aqui está, Zé. Não carece de troco, não.<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Saí da venda ainda com a sensação de que vomitaria na próxima fulana que passasse cheirando a prostituta ao meu lado; e apressei o passo para que não perdesse a bile.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Chegando, o barulho do chuveiro indicava que a minha prostituta ainda estava em casa. Eu sei que não é prudente apossar-se de uma, mas enquanto ela estivesse em minha casa, seria a minha prostituta.<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Recostei-me na porta do banheiro e fiquei a espreitá-la.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">- Há quanto tempo você está aí?<br />- Acabei de chegar.<br />- Quer entrar? A água está ótima!<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">O convite, pouco tentador para a ocasião, parecia agradá-la, pois seu tom de voz acompanhava um risinho frouxo... Não, ela não me levaria nem mais um centavo. Eu apenas sorri, puxando um cigarro do maço, e fui fumar na porta da cozinha, que dava no corredor.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Quando ela saiu já trocada, viu o seu pagamento debaixo de um guardanapo de papel com o número de meu telefone sobre a mesa; fitou-me, por alguns instantes; apanhou apenas o dinheiro e foi embora, assoviando Chicos e Caetanos.</span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-89496724723454311112010-02-05T02:56:00.000-08:002010-02-05T05:05:04.241-08:00Pedaço de mim<div align="right"><span style="font-family:arial;font-size:85%;">"...Oh, pedaço de mim!</span></div><div align="right"><span style="font-family:arial;font-size:85%;">Oh, metade amputada de mim,</span></div><div align="right"><span style="font-family:arial;font-size:85%;">leva o que há de ti,</span></div><div align="right"><span style="font-family:arial;font-size:85%;">que a saudade dói latejada;</span></div><div align="right"><span style="font-family:arial;font-size:85%;">e é assim como uma fisgada</span></div><div align="right"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;">num membro que já perdi</span><span style="font-family:arial;font-size:85%;">..."<br /><br /></span></div><div align="right"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;">(Chico Buarque - Pedaço de mim)<br /><br /><br /></span></div><div align="right"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;">Eu, que prometi ser deveras forte, chorei na concha de minhas mãos vazias ao constatar-te tão decididamente tua. Nada minha; toda tua - desde o corpo aveludado até as últimas trincas do coração fossificado. Estavas completa sem mim.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;">Sem sombra de receio, arrancaste de uma vez um braço ou perna deste desgraçado, maldita, unicamente, para conter-te inteiriça.<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;">Sequer imaginaste que, ver-te sair pela porta da frente de nossa casa, portando não mais que as roupas do corpo, faria-me agonizar feito um aleijado. Pensavas só em tua posse doente de ti mesma. Louca!<br /><br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;">Por fim, para o meu fim no leito, das tantas pragas e preces que poderia te rogar, bendita, eu, entrevado com as sobras de mim, desejo tão somente que faças bom proveito de ti.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"></span></div>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-61668136268361811542010-02-01T19:03:00.001-08:002010-02-02T03:47:07.849-08:00O Tapete<span style="font-family:arial;">Aos farrapos</span><br /><span style="font-family:arial;">ficaram os fiapos</span><br /><span style="font-family:arial;">do amor felpudo</span><br /><span style="font-family:arial;">que eu deixei à tua porta</span><br /><span style="font-family:arial;">num tapete de "boas vindas"</span><br /><span style="font-family:arial;">para que limpasses teus pés</span><br /><span style="font-family:Arial;">sujando-me</span><br /><span style="font-family:Arial;">quando entrasses ou saísses</span><br /><span style="font-family:Arial;">de teu coração.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-69670896093310744932009-12-28T03:14:00.000-08:002010-02-07T18:46:27.613-08:00Concordância<span style="font-family:arial;">Para escrever poesia,</span><br /><span style="font-family:arial;">a Gramática se entorta</span><br /><span style="font-family:arial;">na exceção da Vida.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-37118011272685902952009-12-23T07:50:00.000-08:002009-12-23T10:47:20.655-08:00Abelha-rainha<div align="left"><span style="font-family:arial;">De tudo o que fere,</span> </div><div align="left"><span style="font-family:arial;">seu ferrão é o que fura </span><br /><span style="font-family:arial;">a fibra da minha pele.</span><br /></div><span style="font-family:Arial;"></span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-52968290862027381172009-11-14T03:48:00.000-08:002010-03-30T20:16:00.868-07:00Saco de lixo<span style="font-family:arial;">No saco de lixo</span><br /><span style="font-family:arial;">eu cato o que como</span><br /><span style="font-family:arial;">como um cão com fome.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">A fome </span><span style="font-family:arial;">é de afeto.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">É que do prato-</span><span style="font-family:arial;">feito</span><br /><span style="font-family:arial;">feito pra quem come</span><br /><span style="font-family:arial;">sobra bem pouco. </span><br /><span style="font-family:arial;">Come-se tanto!</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">A barriga ronca.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;">E eu rasgo o saco</span><br /><span style="font-family:arial;">reviro a caçamba</span><br /><span style="font-family:arial;">e rosno ao lixeiro</span><br /><span style="font-family:arial;">do coração</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">porque resto ainda é amor</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">porque o resto</span><br /><span style="font-family:arial;">antes de ser dor </span><br /><span style="font-family:arial;">não dá congestão.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-65818604708046609702009-10-27T12:16:00.000-07:002009-11-27T20:11:21.421-08:00Festival de MPB/ 2009<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgEsb8TsRFDb_cUiIOwvbok8xDks341Y7HQNsExs-HhsKy8bZChJDdJHEjIO6tJ27m0zPWmzePoA3lIsJu43vB4VtPN1K2CqpItlbtf6TRh3Q2N9L8ofX0dHnErF_6KK1C0dNbyhKoQUsT/s1600-h/fig023868.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397362231900994802" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 213px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgEsb8TsRFDb_cUiIOwvbok8xDks341Y7HQNsExs-HhsKy8bZChJDdJHEjIO6tJ27m0zPWmzePoA3lIsJu43vB4VtPN1K2CqpItlbtf6TRh3Q2N9L8ofX0dHnErF_6KK1C0dNbyhKoQUsT/s320/fig023868.jpg" border="0" /></a><br /><br /><p align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLKq4HDcM8JZmvLNiHekFNpxEQgG0MASYJpITy1EJL1J1gnm00lJoILChbUfizH0XjX8aWPGi_N66dwkB2mu2QstfPRankdqlXb1h6IJ_CcTr_DsnXWNa_829XK1SKRsZh0tVGllIZ-0h5/s1600-h/fig023868.jpg"></a></p><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em>Prêmio entregue por Mucão.</em></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"><br /></div><div align="left"></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Salve, Marcelo - irmão de som!</span></div><br /><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><br /><br /><span style="font-family:arial;"></span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-28213636760194039662009-06-24T12:35:00.000-07:002009-06-24T12:52:53.884-07:00Proporção 2<span style="font-family:arial;">É coisa de um minuto</span><br /><span style="font-family:arial;">o ego bobo que dá na gente,</span><br /><span style="font-family:arial;">quando vê o miúdo das letras,</span><br /><span style="font-family:arial;">fazendo grandeza de escrita.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">E eu escrevo grande desde nascença!</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Nasci escrevendo o mundo: </span><br /><span style="font-family:arial;">...umbigo...</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-26024631881472599102009-06-10T12:39:00.001-07:002009-06-10T12:46:35.600-07:00Proporção<span style="font-family:arial;">A minha poesia</span><br /><span style="font-family:arial;">até pode ser pequena,</span><br /><span style="font-family:arial;">mas não sei fazer poema</span><br /><span style="font-family:arial;">que não fale de grandeza.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Pega a régua,</span><br /><span style="font-family:arial;">mede o verso</span><br /><span style="font-family:arial;">e me diz:</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">O que cabe nesse metro de alfabeto?</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Faz a conta</span><br /><span style="font-family:arial;">(Faz de conta)</span><br /><span style="font-family:arial;">Que eu conto</span><br /><span style="font-family:arial;">o meu segredo:</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Com o tinteiro da caneta,</span><br /><span style="font-family:arial;">Eu escrevo o mundo inteiro!</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2231617797362519820.post-18415222479436173722009-03-27T06:15:00.000-07:002010-06-03T16:55:22.492-07:00AMarlboro<span style="font-family:arial;">Faça-me o favor:</span><br /><span style="font-family:arial;">Acenda seu cigarro</span> ,<br /><span style="font-family:arial;">Ofereça-me um trago,</span><br /><span style="font-family:arial;">E queime meu amor.</span>Lina.http://www.blogger.com/profile/15497571543391393994noreply@blogger.com4