Companhias para um capuccino

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Eternit

Saiu para dançar muito bem vestida na noite bonita que cobria o nosso telhado maltrapilho. Eu fiquei. Fiquei porque me sabia careta, cara de indiferença a minha. Ela foi porque me sabia quadrado, cara de desimportância a dela. E a necessidade por reparos no telhado nos bastou como justificância.

De manhã, ao chegar, ela me disse sem culpa que havia perdido a hora porque achara um bom parceiro, um sujeito pedreiro, mas chorou feito não sei o quê ao constatar que a tal da minha justificativa para a solidão de uma noite era a mesma para se desculpar pelo erro da vida a dois inteira debaixo das telhas eternit.